Um levantamento realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aponta que 27% dos magistrados no Brasil utilizam ferramentas de inteligência artificial em suas atividades profissionais. Embora a maioria relate que esse uso ainda é esporádico, o estudo “O Uso da Inteligência Artificial Generativa no Poder Judiciário” revela um interesse crescente na adoção dessas tecnologias.

    A pesquisa contou com a participação de 1.681 magistrados e 16.844 servidores, mostrando que, entre os servidores, o uso da IA é ainda mais frequente, com 31% utilizando a tecnologia no dia a dia. Ferramentas como o ChatGPT, Copilot e Gemini estão entre as mais adotadas, principalmente em suas versões gratuitas.

    IA no judiciário: tendências e desafios

    Apesar do uso limitado, 67,8% dos magistrados e 59% dos servidores consideram a IA uma ferramenta promissora para busca de jurisprudência e análise de dados. Contudo, o professor Juliano Maranhão, um dos responsáveis pela pesquisa, alerta para os riscos associados à tecnologia, como imprecisões e a necessidade de validação cuidadosa das informações.

    Avanços e capacitação

    Outro ponto relevante é a vontade expressa por muitos magistrados e servidores de receber treinamentos para aprimorar o uso da inteligência artificial. Essa necessidade de capacitação reflete o crescente reconhecimento de que, embora a IA possa acelerar processos e trazer eficiência, seu uso seguro depende de supervisão e conhecimento adequados.

    Debate sobre regulamentação

    O tema da regulamentação do uso de IA no Judiciário também está em pauta. Especialistas têm debatido como garantir o uso ético e seguro dessas ferramentas, além de adaptar normas já existentes, como a Resolução CNJ 332/20, às novas exigências tecnológicas.

    O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, reforçou que a inteligência artificial tem potencial para escrever sentenças no futuro, mas destacou a importância de equilibrar o uso da tecnologia com a supervisão humana, garantindo que os princípios de justiça e bom senso sejam respeitados.

    Com esses avanços e discussões, fica claro que a IA está deixando de ser apenas uma promessa e se tornando uma realidade concreta no Judiciário brasileiro, com impactos que vão além da eficiência operacional, moldando o futuro da Justiça no país.

    Fonte: Portal Migalhas.

    Compartilhe.